QUENTE.
Nomes Populares:
Arvoeiro, Olho-de-pombo, Tenta-miúdo, Cipó-de-alcaçuz, Tentinho, Assacu-mirim,
Carolina-miúda, Tento-da-américa, Piriquiti.
Nomes
Científicos: Abrus precatorius L., Leguminosae-Faboideae; Abrus abrus Weight;
Abrus maculatus Noronha; Abrus minor Dess.; Abrus panciflorus Dess.; Abrus
squamulosos E. Ney
Orixás: Ossaim e
Exu
Elementos:
Terra/masculino.
Encontrada em
áreas tropicais nas Américas, Índia e África, sua origem, todavia, é
discutível. No Brasil, ocorre principalmente no Norte, Nordeste e Sudeste.
Folha misteriosa,
o jequiriti entra no orò de iniciação de todos os filhos-de-santo, pois existe
uma estreita ligação deste vegetal com Exu, sendo esta entidade a primeira a
ser cultuada nos rituais de iniciação. “É, no seu papel de princípio dinâmico,
de princípio de vida individual e de Òjise ou elemento de comunicação que Èsù
Bara está indissoluvelmente ligado à evolução e ao destino de cada indivíduo.
Como tal, ele também é Senhor dos Caminhos, Èsù-Òna, e pode abri-los ou
fecha-los...” (Santos 1976:169). A utilização do jequiriti, provavelmente como
a primeira folha do àgbo, tem por finalidade, através do Bara (Exu pessoal),
proporcionar ao iniciado novos e melhores caminhos a partir da feitura do
orixá, que representa o nascimento para uma nova vida. Em outras circunstâncias,
suas sementes são utilizadas para trabalhos maléficos e, se pisada por alguém,
tem a capacidade de gerar brigas e desordens.
Nos centros de
umbanda, as sementes do jequiriti são atribuídas a Exu e servem para
confeccionar colares, que são usados pelos adeptos, com a finalidade de afastar
pessoas negativas e invejosas.
Nas “santerias”
cubanas, o jequiriti é conhecido pelos nomes lucumis ewé-réyeye ou iggereyeye.
As semente e folhas também entram num “omieró” especifico para iniciados;
porém, os pequenos tentos são considerados perigosos, pois provocam brigas e
desordens, e com eles se fazem trabalhos maléficos (Cabrera 1992:514).
Na África esta
leguminosa é conhecida ainda pelos nomes aládùn, adágbé, makò, méénmésén,
méénmésén ìtàkùn, mísínmísìn, ojú eyelé, ojú ológbò, olá-tògégé e pákùn
obarìsà, sendo utilizada em trabalhos para preservar a saúde, tais como
“receita para acabar com a tosse” e “receita para resolver gravidez de mais de
nove meses”, como também em “trabalho para ajudar alguém a ser possuído por Xangô”,
“trabalho para persuadir as pessoas” e “proteção contra envenenamento” (Verger
1995:625,165,289,303,347,457)
As sementes do
jequiriti são empregadas há muito tempo, no Brasil, no tratamento de doença dos
olhos, principalmente conjuntivite grânulos rebelde; todavia, é necessário
cautela ao usá-las, devido seu alto teor de abrina, o princípio ativo dessa
planta, uma albumina tóxica, que, ingerida, pode provocar a morte. As folhas e
raízes, maceradas, são indicadas nos casos de afecções pulmonares, urinárias e
do ventre.