Árvore do Conhecimento

Árvore do Conhecimento

terça-feira, 30 de junho de 2015

EMBAÚBA (ÀGBAÓ)


QUENTE. 
Nomes Populares: Imbaúba, árvore-da-preguiça, Umbaúba, Umbaíba, Baúna. 
Nomes Científicos: Cecropia palmata Willd., MORACEAE; Cecropia peltata Velt; Cecropia hololeuca Miq.
Orixás: Ossaim e Xangô.
Elementos: Terra/feminino.
Esquenta o ambiente, as pessoas, traz vida e alegria. Afasta a inveja e o mal.
Encontrada na América Central ao Brasil, a embaúba é comum na mata atlântica, onde ocorrem várias espécies muito semelhantes.
Mateiros e erveiros, quando vão à mata coletar ervas, costumam colocar sob a embaúba oferendas de vinho moscatel, aguardente, fumo de rolo picado, mel e moedas com a finalidade de agradar Ossaim, para que este permita que os vegetais que procuram sejam encontrados, caso contrário, "passarão várias vezes pela planta procurada e não a verão". 
As folhas da embaúba são utilizadas em rituais e banhos de purificação para os filhos de Xangô. Nas casas-de-santo, é comum encontrar-se sobre as folhas de àgbaó, oferendas de frutos dedicados a Ossaim.
Os santeiros cubanos atribuem a embaúba, que eles chamamde igi ogugú e láro (Cabreira 1992:554), a Obatalá.
Na medicina popular, os frutos, que são comestíveis, utilizam-se contra asma e bronquite. O chá das folhas combate a pressão alta, sendo indicado, ainda, no tratamento de doenças respiratórias, pulmonares, cardíacas, renais e diabetes.

Uso medicinal da embaúba
As propriedades do chá de embaúba incluem a sua ação diurética, hipotensora, expectorante, descongestionante, cicatrizante, anti-diabetica, antiespasmódica e vermífuga. Os benefícios proporcionados pela planta incluem o tratamento das afecções das vias respiratórias, bronquite, tosse e coqueluche, além de atuar no fortalecimento da musculatura cardíaca. Os princípios ativos da embaúba incluem açúcares, taninos, resinas, pigmentos flavonoides, cumarinas, alcaloides e glicosídeos ambaina.

Como utilizar a embaúba? A embaúba costuma ser utilizada em forma de chá e a receita varia de acordo com a condição de saúde a ser tratada. Veja a seguir:

– Como diurético, ativador das funções cardíacas e circulatórias e para diabetes: Coloque uma colher (chá) de folhas picadas em uma xícara de chá e adicione água fervente. Tampe e deixe repousando por cerca de 5 minutos. Após isto, coe e tome 1 xícara de chá, de 1 a 3 vezes ao dia.

– Para corrimento vaginal, afecções cutâneas e feridas: Adicione 3 colheres (sopa) de folhas picadas a meio litro de água fervente. Deixe ferver por aproximadamente 10 minutos, depois coe e deixe amornar.
No caso de corrimento vaginal, faça um banho de assento para higiene íntima; para tratar afecções cutâneas e feridas, lave as partes afetadas com este líquido, várias vezes ao dia.

– Para afecções das vias respiratórias, asma, bronquite e tosse: Coloque 3 colheres (sopa) de folhas e brotos picados da planta em 1 xícara de chá de álcool de cereais a 70%. Deixe em maceração por uma semana e coe.
A indicação é tomar 1 colher (café) diluído em um pouco de água, três vezes ao dia.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

ERVA VINTÉM (ILERÍN e OKÓWÓ)



FRIA. 
Nomes Populares: Vintém, Esperguta-rasteira, folha-de-vintém, Cordão-de-sapo, Mastruço-do-brejo, Jaboticaá.
Nome Científico:  Drymaria cordata (L.) Willd., CARYOPHYLLACEAE; Drymaria diandra Blume
Orixás: Oxalá, Oxum e Ossaim.
Elementos: Água/feminino.
Bom para amor, alegria, amizade. Faz bons amigos, atrai amigos.
Nativo da América tropical, este vegetal encontra-se dissiminado nas diversas regiões, principalmente Nordeste, Sul e Sudeste. Medra com abundância em lugares úmidos  e beira de rios ou invadindo gramados.
Nos cultos afro-brasileiros, esta erva é utilizada no àgbo e em banhos de purificação para os adeptos de todos os orixás, pois é considerada como "planta extremamente positiva". Segundo Barros (1993:101), este vegetal é atribuído a Ossaim, esta classificado como eró (de calma), sendo conhecido também pelo nome nagô ewe okówó , que significa "folha-do-dinheiro".

ERVA TOSTÃO (ÉTIPÓNLÁ)


QUENTE. 
Nomes Populares: Tangaraça, Bredo de Porco, Amarra Pinto, Agarra Pinto, Pega Pinto.
Nomes Científicos:– Boerhaavia difussa L., Nyctaginaceae; Boerhaavia hirsuta Willd.– NICTAGINEAS; Boerhaavia coccinea Miller; Boerhaavia caribea Jacq.; Boerhaavia paniculata Rich.; Boerhaavia viscosa Lag. & Rod.; Boerhaavia decumbens Vahl.
Orixás: Xangô e Oiá.
Elementos: Fogo/masculino.
Forte defesa, instala a defesa na casa. Tira o azar, afasta o inimigo.
Nos candomblés da Bahia, Rio de janeiro e São Paulo, e nos Xangôs de Pernambuco, este vegetal  é utilizado e  reverenciado nos rituais das folhas - "IFÁ OWÓ IFÁ OMO EWÉ ÉTIPÓNLÁ 'BÀ IFÁ ORÒ" - "Ifá é dinheiro, Ifá são filhos, a folha étípónlá é abençoada por Ifá" -, gozando de grande prestígio nos terreiros, como planta "contrafeitiços".
Pessoas ilustres no culto de egungun usam este vegetal com freqüência, pois ele é "uma ótima defesa contra entidades maléficas". Todavia, quando utilizado em banhos, deve-se observar a quantidade, pois "em demasia, pode provocar coceira na pele". ainda na qualidade de planta que protege é comum que, de suas raízes tostadas, se prepare um pó que é utilizado para resguardar os objetos usados pelos Iaô durante o período de iniciação. 

De origem brasileira, a erva tostão é uma planta rasteira cujos ramos podem crescer até 70 cm de altura. É possível reconhecê-la pelas folhas de formato arredondado, verdes esbranquiçadas, com frutos similares aos da erva doce, mas maiores. Nacionalmente popular por suas propriedades medicinais, 

Propriedades e indicações

A erva tostão é constituída por lipídios, amido, sais inorgânicos (nitratos), ácido boerhávico, matéria sacarina, boervanina, substâncias pécticas e gomosas. Embora seu gosto seja razoavelmente amargo, seus benefícios a espalharam entre a medicina natural brasileira, pois possui propriedades poderosas como anti-inflamatória, antisséptica, diurética, febrífuga e antialbuminúrica. Em especial, quem já foi acometido por infecções urinárias e cistites, deve ter sido aconselhado a ingerir o chá da erva tostão, já que por ser diurética ela “limpa” as vias urinárias, eliminando toxinas, fungos e bactérias, além de fazer a bexiga funcionar melhor, aumentando as chances de se curar desses males.

Além de infecções urinárias e cistites, a erva tostão é recomendada como auxiliar no tratamento de cálculo biliar, problemas no fígado, distúrbios estomacais, febre, hepatite, nefrite, icterícia, hemoptise, vesícula biliar, uretrite e problemas nervosos, como insônia, ansiedade, hiperatividade, entre outros.

Como preparar?

Ao preparar o chá de erva tostão, separe 3 colheres da erva triturada para cada litro de água (se não encontrar a erva prontamente triturada em lojas de produtos naturais, basta colocar sua raiz no liquidificador, triturá-la e seguir com a receita). Misture bem na chaleira e leve ao fogo. Deixe ferver entre 10 e 15 minutos e então retire do fogo. Tampe e permita que o líquido repouse por 10 minutos. Quando a temperatura estiver morna o suficiente para ser consumida, coe o chá e tome entre 3 e 5 xícaras por dia.

Curiosidades:

A erva tostão costuma ser indicada para o tratamento de picadas de cobra.
Ela é capaz de tratar e até mesmo curar doenças pouco conhecidas como albuminúria e anúria.
Seu gosto amargo já espantou muitas pessoas, até que elas conhecessem seus benefícios para a saúde.

Cuidados

Embora não haja relatos de efeitos colaterais graves causados pelo consumo da erva tostão, tampouco contraindicações, é importante ter em mente que cada organismo é único e pode reagir ao mesmo medicamento de formas diferentes. Mesmo sendo natural, a erva tostão é considerada um medicamento e seu consumo deve ter orientação e acompanhamento médico para evitar consequências indesejáveis.

domingo, 28 de junho de 2015

ESPADA DE SANTA BÁRBARA (EWÉ IDÀ OYÁ ou OBÉ SEMI OYÁ)


Fria.
Nomes Populares: Espada-de-Santa-Bárbara, Cordoban, Moisés-no-berço, abacaxi-roxo.
Nomes científicos: Tradescantia spathacea Sw. commelinaceae; Rhoeo discolor (L'Hérit.) Hance.; Rhoeo spathaceae (Sw.) Stearn.; Tradescantia discolor L'Hérit.
Orixá: Oiá
Elementos; Água/masculino.
Nativa do México, encontrada em toda América tropical, cultivada ou espontânea em matas sombreadas.
Folha utilizada no ritual de iniciação dos filhos de Oiá, no àgbo, em banhos purificatórios e sacudimentos. Conhecida também pelo nome nagô OBÉ SEMI OYÁ, nos candomblés do Rio de Janeiro.
Os cubanos atribuem essa planta a xangô, Iemanjá e Ogum, e dão-lhe os nomes lucumis peregún, tupa ou diéla (Cabrera 1992:410)
Hoehne (1925:68), a respeito desta planta,diz: "Rhoeo discolor, o afamado 'Cordoban" da América Central, a planta mais útil para combater as tosses." Todavia, na medicina rural, esta planta combate também diversos males das vias respiratórias.

ESPADA DE SÃO JORGE (EWÉ IDÀ ÒRÌSÀ)


Fria. 
Nomes Populares: Espada-de-São-Jorge, Espada-de-Ogum, Língua-de-Sogra, Rabo-de-Lagarto.
Nomes Científicos:Sansevieria trifasciata Hort. ex Prain., Lillaceae; Sansevieria zeilanica AGAVAEAE; Sansevieria guineensis Gér. et Labr.; Sansevieria zeylanica Hort.
Orixá: Ogum.
Elementos: Terra/masculino;
Bom para amor, atrai clientes, torna o ambiente agradável.
Originária da África, esta agravacea é encontrada em todo o Brasil, cultivada em jardins ou ambientes de interiores, com fins ornamental e litúrgico.
Embora atribuída a Ogum, a espada-de-São-Jorge pode ser usada ainda para Oxossi, Ossaim, Oiá e Iemanjá, na sacralização dos objetos rituais. É empregada nos rituais afro-brasileiros em sacudimentos. Também plantada em vasos na entrada das casas ou afixada nas portas, disfarçada como ornamental, serve para proteger os ambientes dos terreiros e 'gongas". Na umbanda e nos candomblés de Angola, suas folhas nos rituais de "lavagem de cabeça e guias", sendo também utilizada em banhos de descarrego.
Na África este vegetal é conhecido pelos nomes iorubás ojá kòríkò, ojá ikòokò, pàsán kòríkò e agbomolówóibi (Verger 1995:716)

DINHEIRO EM PENCA


Fria. 
Nomes Científicos: Pilea nummularifolia Wedd., Urticaceae
Orixá: Oxum.
Elementos: Água/feminino.
Bom para amor, para atrair as bênçãos dos ancestrais, acalma o ambiente.
Planta nativa da América tropical, encontrada em todos os estados brasileiros, cultivada ou medrando espontaneamente em lugares úmidos.
Disfarçadas em vasos como planta ornamental, odinheiro-em-penca, é muito encontrado no interior das casas, sendo também usado em banhos pelos adeptos, sempre em conjunto com outras plantas aromáticas, e em pós com a finalidade de melhorar a situação financeira pessoal. 

DÓLAR

 


Fria.
Nomes Científicos: Plectranthus nummularius Briq., Labiatae (Lamiaceae); Plectranthus australis L.
Orixá: Oxum.
Elemento: Água/feminino.
Bom para atrair amor, dinheiro, fartura. Cria bom humor.
Nativa da Austrália e ilhas do Pacífico, esta planta, muito comum no Brasil, é usada principalmente como ornamental em vasos no interior de residências ou em jardins.
As folhas são utilizadas, pelos filhos de Oxum, em banhos para melhorar a sorte e as condições financeiras pessoais. Plantadas em vasos, são utilizadas no interior das casa-de-santo com o propósito de atrair prosperidade financeira.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

DENDEZEIRO (IGI ÒPÈ e MÀRÌWÒ)


Quente. 
Nome Popular: Dendezeiro
Nomes Científicos: Elaeis guineensis Jacq., Palmae – PALMACEAE
Elaeis guineensis L., Palma spinosa Mill.
Orixás: Oxalá e Ogum.
Elementos: Ar/masculino
Forte, abre caminhos, mostra o erro seu e do outro, descobre o inimigo. Ajuda o homem a ter força na ação e na palavra.
De origem africana, o dendezeiro foi introduzido no Brasil no período colonial. É encontrado em estado subespontâneo na região amazônica e em zonas nordestinas, onde atualmente existem também vastas plantações para fins comerciais.

O dendezeiro  é palmeira imprescindível numa cas de candomblé. Na formação de um terreiro, uma das primeiras árvores a ser plantada no seu "espaço-mato" é o dendezeiro, de preferência ao lado direito da porta de entrada principal.
Em virtude de Obaluaiê ser um orixá que tem afinidade com os troncos e ramos de árvores, muitos acham que essa palmeira lhe pertence; todavia, existe um mito muito popular nos terreiros de candomblé que afirma ter sido apenas o màrìwò (broto da palmeira) propriedade desse orixá, mas que ao ver Ogum despido cedeu esse vegetal para o orixá da guerra e se apropriou da palha da costa (ikó) para fazer sua própria roupa. Assim, embora o tronco de onde saem as palmas esteja relacionado com os Orixás-funfun, o elemento criador, o màrìwò, tornou-se a roupa símbolo de Ogum, orixá filho de Oxalá, sendo citado em um de seus cânticos que faz alusão ao fato deste guerreiro não possuir roupas, mas que se vestem com os brotos do dendezeiro:OGÚN KO L'ASO, MÀRÌWÒ L'ASO OGÚN O! (Ogum não tem roupa, màrìwò é a roupa de Ogum). O màrìwò, colocado nas soleiras das portas e janelas da casa de candomblé, serve de proteção "contra todo tipo de entidades nefastas". Assim como Ogum, Ossaim também se utiliza do màrìwò, e um dos principais orin ewé do ritual da sasányìn faz alusão a esse vegetal como o elemento que ajuda a concretizar os ideais  dos adeptos:
"BIRI BIRI BÍTI MÀRÌWÒ
JÉ ÒSÁNYÌN WÁLÈ MÀRÌWÒ
BIRI BIRI BÍTI MÀRÌWÒ
BÁ WA T'ÓRÒ WA SE MÀRÌWÒ"

"Na escuridão màrìwò faz a luz
e mostra o caminho de casa a Ossaim
Na escuridão màrìwò faz a luz
e ajuda-nos a concretizar nossos projetos"

Essa relação íntima que Ogum tem com o dendezeiro é citada por Santos (pp.92/93): "Às vezes seu 'assento' também é 'plantado' ao pé de um igi-òpè, cujos troncos simbolizam a matéria individualizada dos orixás fun-fun e particularmente de Oxalá. Vimos que as folhas brotadas sobre os ramos e os troncos simbolizam descendentes. As palmas recém-nascidas do igi-òpè, chamadas màrìwò... constituem a representação mais importate de Ogum, tão importante quanto seu machete de ferro com o qual ele desbrava os caminhos." As nervuras das folhas são usadas , ainda, espetadas em inhame, constituindo-se oferenda a Ogum. Essas mesmas nervuras também "são utilizadas para Obaluaiê quanto para sua mãe Nanã", que, segundo Santos (1976:82), "os ancestrais, representados coletivamente por um feixe dessas nervuras, constituem o corpo, o elemento básico, não só do sàsàrà, emblema de Obalúaíyé, o filho contido por Nàná, e simboliza seu poder genitor."

O dendezeiro, como palmeira ligada aos orixás da criação, está relacionado também com outros orixás com os quais  Oxalá tem vínculo, como é o caso de Xangô-Airá, cujo "assento" pode repousar sobre um tronco de dendezeiro, diferentemente dos outros Xangôs, que utilizam pilões esculpidos em madeira.

Embora o dendezeiro seja uma palmeira atribuída aos Orixás funfun (originais), dos seus frutos extrai-se o epó-pupá (azeite-de-dendê), de uso proibído em tudo que diga respeito a Oxalá e seus iniciados. Das amêndoas contidas no interior dos coquinhos, produz-se um óleo branco -aláàdí- utilizado para Oxalá, que, ao contrário do azeite-de-dendê, é um interdito de Exú.

Conhecido ainda pelos nomes iorubás òpè, igi òpè. imò  òpè, ògómò òpè, òpè olówá, òpè pánkóró, ipánkóró, òpè arùnfó, òpè èrùwà, òpè eléran, òpè alárùn (Verger 1995:668), o dendezeiro é usado nos cultos africanos  com as mais diversas finalidades. Da variedade Elaeis guineensis idolatrica, conhecida na África pelos nomes de òpè segisegi, òpè ifá, òpè ikin, òpè yálayàla, òpè kannakánná e òpè olífà (Verger 1995:669), são colhidos os coquinhos (ikin) utilizados no oráculo de ifá para previsões.

Também sobre essa palmeira as feiticeiras, na forma de pássaros negros noturnos, se estabeleceram, conforme o mito relatado pelo Odú Òdí Méji do oráculo de Ifá (Verger 1992:59). No topo da árvore, amontoaram uma grande quantidade de terra e construíram um pátio onde faziam suas reuniões para tramar seus ataques contra os homens. Orumilá era o único que conhecia o segredo das eleye (outro nome das feiticeiras) e tinha poderes para proteger o aiyé (terra) da ação destruidora  dessas entidades maléficas. Das sete árvores onde pousaram as Iyami, o dendezeiro foi a única onde elas encontraram condições ideais para se estabelecerem. Um fato que citamos a título de ilustração é que os urubus têm preferência pelos frutos do dendezeiro e costumam pernoitar sobre esta palmeira do mesmo modo como, nos mitos,  as feiticeiras represeentadas por pássaros negros se reuniam à noite sobre o òpè segisegi.

Os nagôs e iorubás denominam este coqueiro por Igi Okpe. Do fervimento se sua polpa surge o azeite-de-dendê (zomi ou ami-vovo dos fons; epò-pupa dos nagôs e iorubás).

E do coquinho, o okwe conhecido pelos mahis, é preparado o adin (óleo de sòsò) e isto desagrada a Legba, sendo um legbasu (proibição de Legba; de su- proibição) porquê envolve a destruição do coquinho para seu preparo, e os coquinhos são sagrados de Fá, divindade da advinhação com a qual Legba colabora servindo de intermediário no Fá-Titê (Jogo do Okpele-Ifá em yorùbá), trazendo as respostas de Fá através da leitura dos dùs (destinos). Por isto Legba não gosta do adin. Devido ao temor que se tem da divindade, as indústrias não costumam utilizar do coquinho de quatro orifícios, ou olhos, sagrados do Fá, e procuram usar nos processos aqueles que não servem para o jogo, com números de olhos distintos. 

O azeite-de-dendê serve de base nas culinárias litúgica e profana, especialmente no Nordeste brasileiro, constituíndo-se uma marca expressiva da cozinha baiana.
Na fitoterapia, o azeite-de-dendê é utilizado, externamente, contra angina, erisipela, panarício e filariose. Internamente combate dores de cabeça e cólicas abdominais.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Ewé! A Força que vem das Folhas!


Por Bàbá Asògún Olúmo (Ulisses Manaia)
(Texto publicado na revista “Candomblés nº 1”,  – da Editora Minuano – Fevereiro de 2011)
KÒ SÍ EWÉ, KÒ SÍ ÒRÌSÀ! Expressão no idioma Yorùbá que quer dizer: “Se não há folhas, não há Òrìsà!” Esta expressão dá ao leitor o entendimento da importância das folhas dentro dos rituais de origem africana, no entanto, queremos aqui ampliar este conceito, traduzindo por folhas os vegetais de um modo geral, incluindo além de suas folhas, seus frutos, sementes, e até mesmo seu caule; e traduzindo por Òrìsà, os diversos usos “mágicos” desses vegetais.
Na caminhada evolutiva do homem, que hoje a maioria dos estudiosos acredita ter começado no continente africano, ele se valeu da observação da natureza para o desenvolvimento de habilidades que até então ele não possuía e, naquele continente onde “tudo começou”, sociedades ditas “animistas” ou “tradicionais” continuam até hoje vivendo em harmonia com a natureza, dela tirando ensinamentos para a sua vida social. Animistas porque acreditam que “toda manifestação viva pressupõe a presença de uma força vital, determinante do ideal de viver”, e que utilizando práticas específicas esta “força” poderá ser utilizada em seu favor! E dentro deste conceito os vegetais representam um grande potencial de possibilidades.
“Se para a medicina ocidental o conhecimento do nome científico das plantas usadas e suas características farmacológicas é o principal, para os Yorùbá o conhecimento dos ofò, encantações pronunciadas no momento da preparação das receitas e transmitidas oralmente, é o que é essencial. Neles encontramos a definição da ação esperada de cada uma das plantas que entram na receita.”(Ewé,Pierre Verger, 1995).
Bom, diante dessa referência concluímos que as plantas e seus derivados não são utilizados aleatoriamente, visam atender necessidades específicas, ou seja, qual o resultado esperado? Ou ainda: utilizar a folha certa no momento certo! Vimos também que a ação esperada dessas folhas está ligada ao que vai ser dito no momento de sua utilização, o ofò, que nada mais é do que a utilização da palavra enquanto transmissora de àse. Verger diz ainda que à primeira vista é difícil perceber nas diversas “receitas”, que tem como ingredientes elementos vegetais, qual é a parte “mágica”, ou seja, aquela que o efeito vai se dar pelo àse nela contido, e quais as virtudes testadas experimentalmente dessas plantas, ou seja, ele diz com isso que muitas dessas plantas já tiveram suas propriedades farmacológicas comprovadas.
Dentro desse contexto quero destacar o trecho de uma canção brasileira, interpretada pela célebre cantora baiana Maria Bethânia:
“Salve as folhas brasileiras! Salvem as folhas para mim! Se me der a folha certa, e eu cantar como aprendi, vou livrar a Terra inteira de tudo que é ruim!Eu sou o dono da terra, eu sou o caboclo daqui! Eu sou Tupinambá que vigia, eu sou o dono daqui!” (meu grifo).
O que me chamou atenção nessa composição, e que destaco para o leitor, é que ela ilustra o trecho acima de Verger, e mais ainda, a utilização das folhas está associada a um dos grupos indígenas brasileiros, sugerindo que esses nativos, primeiros habitantes do nosso País, também conheciam essa prática!
Ainda de Pierre Verger:
“Na língua Yorùbá, freqüentemente existe uma relação direta entre os nomes das plantas e suas qualidades, e seria importante saber se receberam tais nomes devido às suas virtudes ou se devido a seus
nomes, determinadas características foram a elas atribuídas.” (meu grifo).
Como ilustração, transcrevemos o trecho de uma preparação Yorùbá para obtenção de dinheiro:
PÈRÈGÚN NÍ Í PE IRÚNMOLÈ L’ÁT’ÒDE ÒRUN W’ÁYÉ!
(É Pèrègún que chama os espíritos do além para a terra!)
PÈRÈGÚN WÁ LO RÈÉ PE AJÉ TÈMI WÁ L’ÁT’ÒDE ÒRUN!
(Pèrègún, agora vá e chame minhas riquezas do além!)
Nesta preparação encontramos referência a uma folha, conhecida pela maioria de nós: o Pèrègún, cujo nome é a contração do verbo “PÈ”, que significa chamar, com a palavra “EGÚN”, que significa espírito, ancestral, etc. Percebe-se então que esta folha tem a finalidade de “chamar (invocar) espíritos”, e que a própria pronúncia de seu nome já funciona como um ofò! No caso da receita acima, a sabedoria daqueles nossos ancestrais yorubanos que a elaboraram fez esse trocadilho: se Pèrègún pode chamar espíritos, pode chamar a riqueza! Certa vez ouvi de meu “bàbá” que o negro yorubano tem sobre nós a vantagem do uso corrente do idioma, enquanto nós aqui no Brasil ficamos presos a textos prontos, que nos foram transmitidos ao longo do tempo.
Para algumas pessoas, principalmente para aquelas que não estão ligadas aos cultos de matriz africana, pode parecer um tanto “primitivo” pensar dessa maneira, digo, esperar resultados a partir da utilização de certas plantas, de sementes, etc., enfim de elementos da natureza, aparentemente inanimados. No entanto, repetimos, existe por traz da utilização desses elementos uma questão cultural. Eles se utilizam desses elementos da natureza acreditando que eles expressam as suas necessidades perante o “Criador”, o destino final de seus pedidos:
“…Uma composição mágica parece ser considerada como uma coleção de coisas materiais, às quais é dado um valor simbólico; juntas constituem uma mensagem…” (Ewé, Pierre Verger, 1995)
Entre os Yorùbá, os ofò são frases curtas nas quais muito freqüentemente o “verbo” que define a acão esperada, chamado de “verbo atuante”, é uma das sílabas do nome da planta ou do ingrediente empregado. No entanto, o elo entre o nome da folha e a ação esperada, invocada através do ofò, não se limita apenas ao verbo, mas pode aparecer em uma frase curta ou longa, nesse caso estabelecendo uma relação simbólica entre algumas “características naturais” daquela planta a as “necessidades” do homem.
Vejamos alguns exemplos:
ÀT’ÒJÒ ÀTEÈRÙN KÌ Í RE TÈTÈ
(Tètè nunca está doente, nem na estação chuvosa nem na seca)
Este ofò faz referência a uma folha conhecida popularmente por Bredo ou Caruru de porco, e cujo nome Yorùbá é Tètè. É uma folha facilmente encontrada, tanto no meio urbano, nas margens de calçadas, como no meio rural, e confesso que antes de conhecer o seu valor ritual, passava-me despercebida, assim com muitas folhas que não conhecemos! Percebemos pela tradução que é uma planta resistente às variações da natureza, permanecendo sempre saudável, e não é este tipo de força que queremos para nossa vida?
OJÚ ORÓ NI Ó N’LÉKÈ OMI, TÈMI Ó L’Á LÉ
(Ojú oró flutua na água, eu também ficarei por cima)
Ojú oró é conhecida popularmente por Erva de Santa Luzia, é uma planta aquática, encontrada em rios ou lagoas. Percebemos que nesse ofò evoca-se o poder dessa planta de conseguir manter-se sempre por cima da água!
Em território Yorùbá, na preparação dos trabalhos ligados à obtenção de todo tipo de sorte, ou para afastar algum mal, esses vegetais são pilados e misturados ao sabão africano Ose (oxé) Dudu, com o qual toma-se banho, ou então são torrados, até a obtenção de um pó, que poderá ser misturado à comida, a bebidas destiladas, ou até mesmo esfregado em incisões feitas no corpo, particularmente nos punhos.
Essas práticas quase não sobreviveram aqui no Brasil, por ocasião da reestruturação do culto aos Òrìsà, no entanto há uma prática viva entre nós: o Oro Asa Òsónyìnou Sassanha, como é mais conhecido, um
ritual realizado nas casas de raízes Yorùbá, que significa basicamente: Ritual de proteção de Òsónyìn. Utilizamos o recurso dos “cânticos da folhas” para determinar que as oferendas sejam cobertas de realizações, uma vez que esses cânticos possuem “verbos atuantes” que facilitam a comunicação entre o povo e os Ancestrais Divinizados. No caso de uma Iniciação para Òrìsà ou “Feitura de Santo”, este ritual é realizado para preparar a “esteira”, onde ficará deitado o iniciado e o “banho” para lavar todos os seus objetos rituais, bem como para os seus banhos matinais diários.
Referências Bibliográficas:
– Monteiro, Marcelo dos Santos, 1960 – Curso Teórico e Prático de Folhas Sagradas – Oro Asa
Òsónyìn – Rio de Janeiro – 1999 – 59 p. (Biblioteca Nacional);
– Verger, Pierre Fatumbi – Ewé: o uso das plantas na sociedade ioruba – São Paulo: Companhia
das, Letras, 1995;

MILHO & CABELO DE MILHO (ÀGBÀDÓ)


Quente.
Nome Popular: Milho.
Nome Científico: Zea mays L.,GRAMINACEAE.
Orixás: Ogum, Oxossi, Xangô, Ayra, Iemanjá e Oxalá.
Elementos: Terra/masculino.
O milho é uma planta originária da América. É encontrado na Europa, Ásia e África, onde é utilizado para fins alimentares. 
Traz dinheiro, emprego, filhos, esposas, família, prosperidade. Instala o dinheiro no bolso. Elimina a negatividade dos inimigos.
Suas sementes são de uso básico nas  casas de candomblé, seja na culinária dos orixás, seja na alimentação cotidiana da comunidade.
O milho branco - àgbàdó funfun -  é empregado no preparo de acaça  (manjar envolvido em folha de bananeira) e ebô (milho cozido) para Oxalá, Iemanjá e outros orixás. Com a mesma massa usada para o acaça, prepara-se o dengüé (mingau, refeição matinal do ìyàwó).
O milho vermelho - àgbàdó pupa - serve para fazer o acaça vermelho (para Exú e Ogum), o axoxó (milho cozido) para Oxossi, Logum Edé e Ogum, e entra na composição do aluá, bebida fermentada de origem africana, servida em dias de festas nas casas-de-santo. 
O milho verde em espiga é proprio de Oxossi, sendo também oferecido a Xango Ayrá, no ritual da fogueira no dia 28 de Junho, véspera do dia  de São Pedro, santo católico com o qual este orixá é sincretizado. Serve, também, para fazer uns bolinhos semelhantes ao acarajé, que são apreciados por Yewá.
a planta toda é atribuída a Oxossi, e as folhas usadas em defumação de terreiros e para "lavar os assentamentos de Exú"  para atrair prosperidade e fartura.
Na África, o milho é conhecido pelos nomes iorubás ìgbàdó, okà, yangan, erinigbado, erinkà eginrin àgbado, elépèè, ìjèéré (Verger 1995:737)

No Brasil e em todo o mundo, o milho é um alimento popular por seus valores nutricionais, além de sabor ímpar. Além de poder ser consumido diretamente ao ser cozinho, ele também é utilizado como ingrediente base na fabricação de muitos outros alimentos, como farinhas, biscoitos e bolos. Durante o preparo, muitas pessoas tiram a casca que protege o milho, arrancam seus cabelos e o cozinham, jogando o restante no lixo. No entanto, o milho é um alimento que pode ser considerado até mesmo sustentável, já que tudo dele pode ser reutilizado. Sua casca, por exemplo, serve para abrigar doces de milho e muito mais, e seu cabelo ao ser fervido transforma-se num chá com diversas propriedades benéficas ao organismo.

Quais os benefícios?

O chá de cabelo de milho proporciona diversos benefícios ao organismo. Os mais conhecidos são: seu eficiente combate às infecções do trato urinário, infecções renais, auxilia no tratamento de distúrbios cardíacos e desintoxica o sangue e o organismo. 
Para quem deseja emagrecer o chá de cabelo de milho também é uma excelente opção, pois seu consumo regular reduz a retenção de líquidos no organismo, diminuindo o inchaço e o excesso de peso. Quem possui dificuldades em perder peso, aliando o chá com uma dieta balanceada e exercícios aeróbios regulares, pode eliminar até 3 kg por semana.
É importante ter consciência de que, embora seja realmente um excelente chá e traga muitos benefícios para o organismo, não age sozinho. Caso sofra de cistites graves, infecções recorrentes e problemas cardíacos sérios, não hesite em buscar auxílio médico. Apenas um profissional capacitado, juntamente com os exames necessários, pode de fato diagnosticar o que você está passando e receitar o melhor tratamento. Antes de iniciar qualquer tratamento medicinal – mesmo os naturais – informe-se com seu médico de confiança para saber se determinado item é compatível com seu organismo, haja vista que cada corpo é único e responde de formas diferentes.

Preparando o chá

Retire do milho seus cabelos, lave bem e deixe secar ao sol. Então, coloque uma colher e meia de sopa de cabelos de milho numa chaleira, juntamente com 200 ml de água filtrada. Deixe ferver por 10 minutos e então desligue com a chaleira tampada. Após o chá descansar por mais 10 minutos, o coe, adoce a gosto e beba quando a temperatura estiver agradável. Ele pode ser consumido normalmente uma ou duas vezes ao dia, sendo recomendada a segunda opção para pessoas que retém líquidos.

terça-feira, 23 de junho de 2015

CANA DO BREJO (TÈTÈRÈGÚN)


Quente. 
Nomes Populares: Cana-do-brejo, cana-de-macaco, cana-do-mato, sanguelavô, sangolovô, ubacaia, canarana, jacuacanga, cana roxa, periná, paco caatinga, flor da paixão ou cana roxa do brejo.
Nomes Científicos: Costus spicatus Sw., ZINGIBERACEAE, Costus arabicus Jacq., Costus spicatus Roscoe., Alpinia spicata Jacq.
Orixá: Oxalá.
Elementos: Ar/masculino 
Atrai dinheiro, atrai coisas boas, agita os ambientes, tira inveja. 
Originária do Brasil, a cana-de-macaco é uma planta medicinal da família das Zingiberaceae, que aparece mais frequentemente nas regiões brejeiras do país.  É uma planta herbácea que ereta pode chegar a até 2m de altura. Suas folhas espirais em tom verde claro e flores de cores diversas em forma de espiga terminal a tornam facilmente reconhecível. O conhecimento sobre suas propriedades medicinais foi transmitido de geração para geração, já que os caboclos a utilizavam para diversos males há muitas décadas atrás.

Benefícios e propriedades da cana-de-macaco

A cana-de-macaco possui os princípios ativos: ácidos orgânicos, ácido oxálico, magnésio, matérias aromáticas, mucilagens, óleo essencial, pectina, resinas, saponinas, sapogeninas, albuminóides, taninos e sisterol. Suas propriedades medicinais são antileucorréica, adstringente, antimicrobiana, antissifilítica, anti-inflamatória, depurativa, diurética, diaforética, emoliente, emenagoga, sudorífera, febrífuga e tônica.

Indicações

O consumo da cana-de-macaco é indicado para problemas na bexiga, amenorréia, blenorragia, cancro, cálculos renais, distúrbios menstruais, cistites, infecções de urina, corrimentos gonocócicos, contrações, doenças venéreas, inflamações, dores nas costas, dor e dificuldade em urina, dores reumáticas, hérnia, gonorréia, inflamações da uretra, inchaços, hidropisia, nefrite, uretrite, problemas nos rins, úlceras e mucosidade da bexiga. Antigamente era muito utilizada para aliviar edemas, dores e contusões. Ainda é capaz de evitar problemas decorrentes do diabetes, serve como calmante – sendo assim muito procurada para auxiliar no tratamento de pessoas ansiosas, insones, portadores da síndrome do pânico e hiperatividade. Acredita-se também que o consumo da planta possa, até mesmo, inibir a evolução de células cancerígenas, evitando que possíveis tumores se desenvolvam. Outro benefício importante vindo da cana-de-macaco é que, se consumida com regularidade, ela aumenta o metabolismo e permite ao corpo emagrecer com saúde.

Receita e como consumir

Para ser beneficiado pelo chá da cana-de-macaco, a receita é muito simples: leva ao fogo um litro de água com 20 gramas da planta (entre folhas e hastes) e deixe ferver. Desligue o fogo, abafe e espere amornar. Quando a temperatura estiver adequada para ser ingerida, adoce conforme o gosto e beba até 3 vezes ao dia, durante uma semana. Não prolongue seu uso, pois após ser consumido por grandes períodos ele pode causar o surgimento de urólitos.

Cuidado:Exceto em caso de orientação médica, o consumo do chá de cana de macaco é contra indicado para gestantes e lactantes.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

COLONIA (TÓTÓ)



Fria.  
Nomes Populares: Colônia
Nomes Científicos: (Cardanomo) Renealmiabrasiliensis – ZINGIBERACEAE, Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt  & Smith.,ZINGIBERACEAE, Alpinia Nutans Roscoe, Costus zerumbet Pers., Alpinia aromatica Aubl., Alpinia speciosa K. Schum.
Orixás: Oxossi, Iemanjá e Oxum.
Elementos: Terra/masculino.

Considerada como folha eró (de calma) (Barros 1993:88), a colônia é de grande importância no contexto litúrgico das casas de candomblé. Entra no àgbo e banhos purificatórios para todos os iniciados, provavelmente por deferência à "Oxossi, o rei da nação de Ketu", embora também seja atribuída a Iemanjá e Oxum, que se relaciona com o lado feminino de suas flores.
Ela pacifica, atrai filhos, vida nova, dinheiro. Faz enxergar a beleza e o bem estar.
Muito utilizada na medicina rural, a infusão das flores desta planta é excelente para acalmar pessoas em estado de histeria. As folhas ´possuem propriedades sedativas e, envolvendo a cabeça, combatem as enxaquecas e encefalias; em infusão no álcool e friccionadas sobre machucados, tê efeito anestésico; na forma de chá, combatem a pressão alta e palpitações cardíacas, agindo como sedativo sobre o organismo. 

domingo, 21 de junho de 2015

CORDÃO DE FRADE (MOBORÒ)


Quente. 
Nomes Populares: Cordão-de-São-Francisco, Pau-de-praga, Rubim, Tolonga, Corindiba.
Nomes  Científicos: – Leonotes nepetifolia(L) W.T. Aiton, Lamiaceae, Leonotes nepetaefolia Schimp. ex Benth., Leonurus nepetafolius Mill., Phlomis nepetaefolia L.
Orixás: Obaluaiê e Oxóssi.
Elementos: Terra/masculino.
Originária da África tropical, esta planta ocorre espontaneamente no Brasil em diversas regiões, sendo rara apenas no Sul.
Eficaz contra doenças, contra inveja. Ajuda a pensar, a decidir. Acalma o ambiente.
Nos rituais, as folhas são utilizadas no àgbo e em banhos purificatórios para os filhos de Obaluaiê e Oxóssi; todavia, a inflorecência "serve para fazer um pó com finalidade de enfraquecer e quebrar os inimigos".
Nas casas de Santo cubanas, este é um vegetal de Ifá atribuído a Orumilá, e usado nos rituais e trabalhos dos babalaôs. Conhecido pelos nomes iorubás Ikú Ekùn e Òkà (Verger 1995:689), é utilizado na África, também, nos rituais e trabalhos dos babalaôs. 

Sua produção é anual e se dá por sementes. A altura da planta varia entre seis e sete centímetros. Suas folhas são macias e perfumadas e se parecem com bolas de espinhos, a cor que predomina é a laranja.

Propriedades e benefícios

O seu maior benefício aplica-se em crianças debilitadas, já que ela ajuda a aumentar os glóbulos vermelhos e também a capacidade do corpo se defender contra outras doenças. O chá ajuda principalmente com problemas respiratórios, como asma, infecção pulmonar, rinite e sinusite. Além de limpar os pulmões, reduzir o catarro e ser ótimo para curar tosses secas e dores de garganta. Para isso, faça um gargarejo com o chá de manhã e à noite.

O cordão de frade também auxilia nos problemas de estômago, cólica, fraqueza, reumatismo, cistite, nevralgias, febre e malária.

Suas propriedades:

São ótimas para quem sofre de problemas nos rins;
Aliviam os gases e é recomendada para dores abdominais;
Ajudam a aliviar a circulação do sangue e desincha o pé depois de um longo dia.
Além de todos os seus benefícios medicinais, a planta pode ser usada também como um condimento na cozinha. Suas folhas podem ser usadas tanto em saladas como em molhos.

Cordão de frade para a felicidade

Essa planta é considerada a erva da frustração e pode ser aplicada tanto em crianças como em adultos, pois age como uma erva fitoterápica, deixando a pessoa calma e serena diante de situações estressantes. Contos populares relatam que o Cordão de Frade é estimulador da sensação de coragem.

Contraindicações

Não é recomendado o uso da folha como fumo, pois usada dessa forma pode provocar uma ação psicoativa que pode ser comparada inclusive com o efeito da maconha. Antes de começar a fazer uso dessa planta medicinal, consulte um médico.

Como fazer o chá de cordão do frade?

Em um 1 litro de água, coloque duas colheres de sopa de erva, deixe no fogo até levantar fervura e tampe. Deixe a infusão abafada durante 10 minutos. Coe o chá e adoce com açúcar ou mel a gosto.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

CAPIM LIMÃO (KORÍKO OBA)


Fria. 
Nomes Populares: capim-santo, capim-cidreira, capim-cidrão, erva-cidreira
Nomes Científicos: Andropogon schoenantus – GRAMINAE, Cymbopogon citratus (DC) Stapf., Gramineae,Cymbopogon schoenanthus Spreng., Cymbopogon citriodorus Link.
Nomes Iorubá: Koríko oba, koríko òyìnbó, koóko oba, Oko oba, Tíì, Etí, Ìsokò. (Verger 1995:658)
Orixás: Oxossi e Xangô.
Elementos: Terra/masculino.

Afasta a negatividade da morte. A vida fica doce de novo. Atrai clientes, amores, dinheiro. Limpa do mal e da inveja. 

O capim santo é uma das plantas mais difundidas e conhecidas no território nacional. Possui outros nomes como capim limão, santo capim, grama cidreira, falsa erva cidreira, capim de cheiro, chá de príncipe, cidrilho, dentre muitos outros nomes. Algumas pessoas costumam confundi-la com a erva cidreira, também chamada de melissa. E assim como a variedade de nomes que recebe, o capim santo pode ser utilizado de diversas formas, como chá para absorver suas propriedades medicinais, usos culinários e cosméticos, além de se tornar óleo essencial para a utilização em receitas de doces e salgados.

Benefícios e Propriedades

O capim santo contém propriedades diuréticas, termogênicas, antibacterianas, vermífugas, analgésicas, sedativas, anticoagulantes, calmantes e expectorantes. A erva costuma ser utilizada em forma de cataplasmas para aliviar as dores causadas pela artrite e em banhos para diminuir dores musculares. Também é popular no tratamento contra vermes, como os nematoides. O óleo essencial do capim santo é utilizado na composição de cosméticos, como xampus, óleos corporais perfumados, sabões, sabonetes, loções para peles – especialmente as oleosas – e desodorantes. E graças a suas propriedades sedativas e analgésicas, também é incluído em óleos de massagem para aliviar dores reumáticas, musculares e tendinites. Quando diluído em água, seu óleo essencial também é eficaz para tratar pé de atleta.

O chá de capim santo também é eficiente como tratamento complementar de cólicas menstruais ou estomacais, diarreias, gases, ansiedade, insônia, hiperatividade, depressão e mudanças súbitas de humor, febre, tosses, problemas de pele e pressão alta.

Capim santo emagrece!

Para quem deseja emagrecer o capim santo é um poderoso aliado! A planta, por ser diurética, auxilia a eliminação de líquidos e excessos, diminuindo o inchaço, além de tirar a fome e acelerar o metabolismo, fazendo o organismo perder calorias mais depressa. É possível, com seu uso constante e reeducação alimentar, eliminar facilmente até 5 kg por semana. Por esse e outros motivos, ao descobrirem para que serve o capim santo e quais seus benefícios, muitos o tornam ingrediente permanente de suas receitas no dia a dia.

Modo de usar o capim santo

O capim santo pode ser utilizado principalmente como chá. Basta ferver em torno de quatro folhas da erva numa chaleira com 200 ml de água. Deixe repousar e adoce a gosto. Tome antes das principais refeições. Para ter um sono mais tranquilo e combater a insônia, é indicado que ele seja consumido uma hora antes de ir deitar-se. Não é recomendável que o beba minutos antes de deitar para não ser acordado por suas propriedades diuréticas. Para potencializar seus efeitos emagrecedores, você pode fervê-lo como chá, esperar esfriar e então bater no liquidificador juntamente com um limão picado e descascado. Ambas as receitas não precisam de prescrição médica e não contém contra indicações.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

CHAPÉU DE COURO (SÉSÉRÉ)


Quente. 
Nomes Populares: Chá-mineiro, erva-do-brejo, congonha-do-brejo, aguapé. 
Nomes Científicos: Echinodorus macrophyllus – ALISMATACEAE, Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schlech.) Mich., Alimastaceae, Echinodorus floribundus (Seub.) Seub., Echinodorus pubescens (Mart.) Seub., Echinodorus muricatus Gris., Alisma grandiflorum Cham. & Schlech., Alisma floribundum Seub..
Orixá: Oxalá
Elementos: Água/feminino.
Planta utilizada nos candomblés, em banhos purificatórios. Na umbanda é usado contra mau-olhado e em "banhos de descarregos". Contra os piores inimigos. Afasta pragas e mau olhado. Atrai saúde. 
As propriedades diuréticas dessa erva medicinal coloca-a entre as mais usadas pela população do interior do país, para sanar problemas renais. As folhas em infusão combatem as inflamações da garganta e as afecções das vias urinárias. Em banho, ajuda na cura de ulcerações da pele.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

CARURU (EWÉ GBÚRE ÒSUN)


Quente.

Nomes Populares: Lingua-de-vaca (BA), maria-gomes, major-gomes, caruru, bredo.

Nomes Científicos: Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn., Talinum patens (L.) Willd., Phitolacca decandra – FITOLACACEAE

Orixás: Xangô e Oxum.

Elementos: Água/masculino.

O caruru é uma planta silvestre de fácil adaptação que pode ser encontrado em todas as regiões do Brasil como planta nativa, sendo mais popular na Bahia onde é conhecida pelo nome de “Bredo”. Justamente por se adaptar facilmente aos climas diversos, a planta é conhecida como praga por muitos.

A planta faz parte da cultura local sendo utilizada na culinária e principalmente como ingrediente para o preparo de chás. Para muitos, apesar de ser extremamente nutritiva e com muitos benefícios e utilidades, a planta é considerada uma invasora das plantações e é vista como um mato que deve ser exterminado. De nome científico Amaranthus viridis, o caruru pertence à família das Amaranteaceas e possui propriedades medicinais benéficas para o organismo atuando no tratamento e na prevenção de doenças.

Benefícios e propriedades: A planta é rica ferro, cálcio e potássio, além de possuir as vitaminas A, B1, B2 e C. Seu consumo é indicado como um lactígeno, ou ainda para tratamento de problemas hepáticos e diversas infecções, entre elas a de garganta e urinárias. Nestes casos, a planta atua como um excelente desobstruente eliminando as toxinas, fungos e bactéria, além de agir no alívio das dores provenientes dessas doenças.

Na Bahia o “Bredo” é constantemente indicado para pessoas que sofrem por problemas e sequelas causados pelo excesso de bebidas alcoólicas, pois suas propriedades ajudam a fortalecer o fígado.

Como consumir?

A planta, cujas partes são todas comestíveis e inofensivas – inclusive suas sementes – podendo ser consumida como uma planta refogada ou misturada a outros ingredientes. Além disso, suas sementes podem ser usadas em pães integras, biscoitos e diversas outras receitas, ou ainda simplesmente torradas.

Como preparar o chá?

Para o preparo, em um recipiente, coloque 1 litro de água para cada 100 g da planta. Leve ao fogo e, a partir do momento que alcançar fervura, cronometre dez minutos. Desligue o fogo e abafe por mais alguns minutos. Em seguida, basta coar e adoçar se achar necessário. A dose indicara é de uma xícara duas vezes por dia.

Contraindicações: Não foram encontrados efeitos colaterais e contraindicações nas literaturas consultadas.

Esse vegetal é utilizado nas comunidades religiosas jêje-nagôs, com a mesma finalidade do Talinum triangulare, servindo principalmente para preparar um caruru oferecido a Xangô Barú, que não gosta de quiabo.
Atrai negócios. Abre caminhos. Ajuda a enxergar. É o  início de nova vida. Decide situações difíceis.