Árvore do Conhecimento

Árvore do Conhecimento

sábado, 3 de outubro de 2015

SAMAMBAIA-DE-POÇO (ÒMUN e ABERÉ-OJÒ)


FRIA.
Nome Popular: Lana-silvestre
Nome Científico: Thelypteris sp., Thelypteridaceae
Orixá: Oxumarê.
Elementos: Água/masculino.
Tipo de samambaia que vegeta em lugares úmidos, principalmente em beira de córregos, poços e pedreiras. Encontrada com facilidade nas regiões nordeste e sudeste do Brasil.
A folha é utilizada nos rituais de iniciação dos filhos de Oxumarê, mas também é usada para Nanã, Obaluaiê e Ossaim. Em algumas casas jejê-nagôs, este vegetal é conhecido pelo nome de aberé-ojò (aberé = agulha; ojò = cobra), sendo este nome traduzido como pente-de-cobra, provavelmente devido às folhas, que são dispostas lembrando o formato de um pente.  


domingo, 27 de setembro de 2015

CRISTA-DE-GALO (EWÉ OGBE ÀKÙKO)


QUENTE.
Nomes Populares: Heliotrópio, Borragem, Borragem-brava, Jacuacanga, Erva-de-São-Flacre, Aguaraá, Tiriri.
Nomes Científicos: Heliotropium indicum L., Borraginaceae, Heliotropium cordifolium Moench, Heliotropium horminifolium Mill., heliotropium foetidum Salisb., Heliotropium indicum D.C.
Orixá: Xangô.
Elementos: Fogo/masculino.
Originária da Ásia, a crista-de-galo é uma planta que ocorre na África e nas Américas; no Brasil, ela medra praticamente em todas as regiões.
Nos candomblés, em algumas casas, esta erva é utilizada para Oxossi, tendo ainda quem a use para Obaluaiê. Todavia, segundo informações colhidas em terreiros tradicionais da Bahia e do Rio de janeiro, esta planta, conhecida em Salvador pelo nome popular de bico-de-papagaio, pertence a Xangô. Suas folhas entram no oró (ritual de iniciação), no agbó e em banhos purificatórios dos iniciados. É ainda utilizada para preparar um caruru que é oferecido a Xangô.
Segundo Verger (1992:50/52), este vegetal, que na África é conhecido pelos nomes àgógo igún, ògún, ogbe àkùko, àkùko dúdú, àkùko funfun (Verger 1995:677), é citado nos mitos de Ifá e foi usado por Orumilá, juntamente com outras folhas, para acalmar a cólera das ìyámi contra a humanidade.
Em Cuba, a crista-de-galo é consagrada a Obatalá, e atribuem-lhe o nome lucumi aguéyí (Cabrera 1992:298). Todavia, Alguns “santeiros” atribuem este vegetal também a Oxum, sendo usado em banhos.
Na fitoterapia, é utilizada em gargarejos para combater aftas, ulcerações na garganta e faringe.


sábado, 26 de setembro de 2015

CAPIM-DE-BURRO (GBÈGI)


QUENTE.
Nomes Populares: Grama-seda, Capim-da-bermuda, Grama-da-bermuda, Capim-fino.
Nome Científico: Cynodon dactylon (L.) Pers., Paoceae (Gramineae).
Orixás: Xangô e Oxum.
Elementos: Terra/masculino.
A origem dessa planta é duvidosa, mas sabe-se ao certo que é uma planta proveniente de região tropical ou subtropical, atualmente disseminada por todos os continentes.
Liturgicamente, é utilizada em banhos para as pessoas dedicadas a Xangô ou Oxum, "com a finalidade de equilibrar a vida da pessoa". A sua característica de planta que prolifera nos campos e estradas, provavelmente por analogia, tem a finalidade de "dar bons caminhos às pessoas".
Na Nigéria, no culto aos orixás, esta gramínea é conhecida pelo nome iorubá koóko ìgbá (Verger 1995:659).
Como fitofármaco, freqüentemente as pessoas do interior utilizam raízes como diuréticas e antiabortivas.

sábado, 12 de setembro de 2015

TAMARINEIRO (ÀJÀGBAÓ)


FRIA.
Nome Científico: Tamarindus indica L., Leguminosae-Caesalpinloldeae
Orixás: Oxalá e Xangô.
Elementos: Ar/masculino.
Planta de origem africana, encontrada subespontânea em áreas tropicais e subtropicais, adaptando-se com facilidade em diversos tipos de solos.
Árvore de grande porte, o tamarineiro, no Brasil, é tido como sagrado e atribuído a Oxalá, daí algumas vezes ser chamado também de igi iwin. Segundo Santos, "os espíritos que residem em algumas árvores consideradas sagradas são chamados de Iwin... Todas as sacerdotizas de Òrisàlá, por exemplo, trazem o nome de Iwin (Iwin tólá, Iwin muiwá, Iwin solá, Iwin dùnsí etc.)" (1976:76,35). Alguns sacerdotes também associam o tamarineiro a Xangô, utilizando suas folhas em banhos purificatórios e em sacudimentos.
Cabrera (1992:547), na ilha de Cuba, cita o tamarindus indica como uma provável árvore de Oxalá (Dueño: Obatalá[?]) atribuindo-lhe o nome lucumi iggi iyágbon.
Os iorubás no continente africano, dão a esta árvore o nome de àjàgbon (Verger 1995:727)

Suas folhas maceradas são utilizadas pela população do interior na higiene bucal cotidiana em substituição ao creme dental.Sob a forma de chá, em bochecho, é eficaz contra dores de dentes. A polpa do fruto, utilizada como refresco, é digestiva e laxante. Como "simpatia", utilizam-se folhas de tamarineiro colocadas sob o travesseiro para proporcionar sono tranqüilo às pessoas agitadas e que sofrem de insônia.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

FOLHA-DE-FOGO (EWÉ INÓN)


QUENTE.
Nomes Populares: Branda-fogo, Folha-de-Iansã, Pixirica, Anhanga.
Nomes Científicos: Clidemia hirta Ball., Melastomataceae; Clidemia crenata D.C.; Clidemia elegans Dun.; Melastoma elegans Aubl.; Melastoma hirtun L.
Orixás: Exu, Oiá e Xangô.
Elementos: Fogo/feminino.
Planta encontrada em vasta faixa do território nacional, principalmente no Nordeste e Sudeste.
Colhida pela manhã, antes do sol nascer, esta folha pertence a Oiá e Xangô, servindo para "banhos de descarregos e sacudimentos"; apanhada sob o sol do meio-dia, ela pertence a Exu e serve para fazer diversos sortilégios e malefícios.
Sendo uma planta muito conhecida da população rural, a folha-de-fogo é, também, utilizada medicinalmente contra palpitações do coração, afecções das vias urinárias e do aparelho genital, sífilis, erupções cutâneas, feridas rebeldes, moléstias da pele em geral e coceiras.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

PINHÃO-BRANCO (BÒTUJÈ FUNFUN)


QUENTE.
Nomes Populares: Pinhão, Pinhão-de-purga, Pinhão-de-=barbados
Nomes Científicos: Jatropha curcas L., Euphorbiaceae; Curcas indica A. Rich.; Curcas purgans Manhem
Orixás: Ogum, Oxossi e Oiá.
Elementos: Fogo/feminino.
Nativa da América tropical, o pinhão-branco é encontrado com mais frequência nos Estados do Norte e Nordeste.
Conhecida também pelo nome nagô olójobè, essa planta tem as mesmas finalidades litúrgicas e terapêuticas do pinhão-roxo.
Provavelmente levado por escravos libertos do Brasil para a África, este vegetal é utilizado em rituais e conhecido naquele continente pelos nomes iorubas olóbòntujè, Iyálóde, làpálàpá lá, ewé ibò, lóbòtujè, bòtujè ubo (Verger 1995:685)


domingo, 6 de setembro de 2015

ERVA-PRATA (EWÉ DÍGÍ)


FRIA.
Nome Científico: Solanum argenteum Dun, & Poir., Solanaceae
Orixás: Oxalá, Oiá e Iemanjá.
Elementos: Ar/ masculino.

Árvore mediana, suas folhas, na face inferior, tem tonalidade branco-prateada e sedosa, daí o nome erva-prata.
Nas casas de candomblé, as folhas da erva-prata são utilizadas no àgbo, em banhos purificatórios e em sacudimentos. Colocada nos barracões, tem a finalidade de “afastar as influências maléficas dos eguns”.
Uma história contada pelo ”povo-de-santo” relata que “quando os eguns atacavam o palácio de Xangô, Oiá agitava os galhos dessa planta e fazia refletir em suas folhas várias imagens desse orixá. Os eguns, vendo tantos orixás iguais, fugiam apavorados, pensando que estavam sendo atacados por um batalhão, sem perceberem que eram apenas projeções de uma imagem sobre a superfície espelhada da erva-prata. Desse modo, Oiá afastava os eguns do reino de Obá Kosso”.