Árvore do Conhecimento

Árvore do Conhecimento

domingo, 27 de setembro de 2015

CRISTA-DE-GALO (EWÉ OGBE ÀKÙKO)


QUENTE.
Nomes Populares: Heliotrópio, Borragem, Borragem-brava, Jacuacanga, Erva-de-São-Flacre, Aguaraá, Tiriri.
Nomes Científicos: Heliotropium indicum L., Borraginaceae, Heliotropium cordifolium Moench, Heliotropium horminifolium Mill., heliotropium foetidum Salisb., Heliotropium indicum D.C.
Orixá: Xangô.
Elementos: Fogo/masculino.
Originária da Ásia, a crista-de-galo é uma planta que ocorre na África e nas Américas; no Brasil, ela medra praticamente em todas as regiões.
Nos candomblés, em algumas casas, esta erva é utilizada para Oxossi, tendo ainda quem a use para Obaluaiê. Todavia, segundo informações colhidas em terreiros tradicionais da Bahia e do Rio de janeiro, esta planta, conhecida em Salvador pelo nome popular de bico-de-papagaio, pertence a Xangô. Suas folhas entram no oró (ritual de iniciação), no agbó e em banhos purificatórios dos iniciados. É ainda utilizada para preparar um caruru que é oferecido a Xangô.
Segundo Verger (1992:50/52), este vegetal, que na África é conhecido pelos nomes àgógo igún, ògún, ogbe àkùko, àkùko dúdú, àkùko funfun (Verger 1995:677), é citado nos mitos de Ifá e foi usado por Orumilá, juntamente com outras folhas, para acalmar a cólera das ìyámi contra a humanidade.
Em Cuba, a crista-de-galo é consagrada a Obatalá, e atribuem-lhe o nome lucumi aguéyí (Cabrera 1992:298). Todavia, Alguns “santeiros” atribuem este vegetal também a Oxum, sendo usado em banhos.
Na fitoterapia, é utilizada em gargarejos para combater aftas, ulcerações na garganta e faringe.


sábado, 26 de setembro de 2015

CAPIM-DE-BURRO (GBÈGI)


QUENTE.
Nomes Populares: Grama-seda, Capim-da-bermuda, Grama-da-bermuda, Capim-fino.
Nome Científico: Cynodon dactylon (L.) Pers., Paoceae (Gramineae).
Orixás: Xangô e Oxum.
Elementos: Terra/masculino.
A origem dessa planta é duvidosa, mas sabe-se ao certo que é uma planta proveniente de região tropical ou subtropical, atualmente disseminada por todos os continentes.
Liturgicamente, é utilizada em banhos para as pessoas dedicadas a Xangô ou Oxum, "com a finalidade de equilibrar a vida da pessoa". A sua característica de planta que prolifera nos campos e estradas, provavelmente por analogia, tem a finalidade de "dar bons caminhos às pessoas".
Na Nigéria, no culto aos orixás, esta gramínea é conhecida pelo nome iorubá koóko ìgbá (Verger 1995:659).
Como fitofármaco, freqüentemente as pessoas do interior utilizam raízes como diuréticas e antiabortivas.

sábado, 12 de setembro de 2015

TAMARINEIRO (ÀJÀGBAÓ)


FRIA.
Nome Científico: Tamarindus indica L., Leguminosae-Caesalpinloldeae
Orixás: Oxalá e Xangô.
Elementos: Ar/masculino.
Planta de origem africana, encontrada subespontânea em áreas tropicais e subtropicais, adaptando-se com facilidade em diversos tipos de solos.
Árvore de grande porte, o tamarineiro, no Brasil, é tido como sagrado e atribuído a Oxalá, daí algumas vezes ser chamado também de igi iwin. Segundo Santos, "os espíritos que residem em algumas árvores consideradas sagradas são chamados de Iwin... Todas as sacerdotizas de Òrisàlá, por exemplo, trazem o nome de Iwin (Iwin tólá, Iwin muiwá, Iwin solá, Iwin dùnsí etc.)" (1976:76,35). Alguns sacerdotes também associam o tamarineiro a Xangô, utilizando suas folhas em banhos purificatórios e em sacudimentos.
Cabrera (1992:547), na ilha de Cuba, cita o tamarindus indica como uma provável árvore de Oxalá (Dueño: Obatalá[?]) atribuindo-lhe o nome lucumi iggi iyágbon.
Os iorubás no continente africano, dão a esta árvore o nome de àjàgbon (Verger 1995:727)

Suas folhas maceradas são utilizadas pela população do interior na higiene bucal cotidiana em substituição ao creme dental.Sob a forma de chá, em bochecho, é eficaz contra dores de dentes. A polpa do fruto, utilizada como refresco, é digestiva e laxante. Como "simpatia", utilizam-se folhas de tamarineiro colocadas sob o travesseiro para proporcionar sono tranqüilo às pessoas agitadas e que sofrem de insônia.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

FOLHA-DE-FOGO (EWÉ INÓN)


QUENTE.
Nomes Populares: Branda-fogo, Folha-de-Iansã, Pixirica, Anhanga.
Nomes Científicos: Clidemia hirta Ball., Melastomataceae; Clidemia crenata D.C.; Clidemia elegans Dun.; Melastoma elegans Aubl.; Melastoma hirtun L.
Orixás: Exu, Oiá e Xangô.
Elementos: Fogo/feminino.
Planta encontrada em vasta faixa do território nacional, principalmente no Nordeste e Sudeste.
Colhida pela manhã, antes do sol nascer, esta folha pertence a Oiá e Xangô, servindo para "banhos de descarregos e sacudimentos"; apanhada sob o sol do meio-dia, ela pertence a Exu e serve para fazer diversos sortilégios e malefícios.
Sendo uma planta muito conhecida da população rural, a folha-de-fogo é, também, utilizada medicinalmente contra palpitações do coração, afecções das vias urinárias e do aparelho genital, sífilis, erupções cutâneas, feridas rebeldes, moléstias da pele em geral e coceiras.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

PINHÃO-BRANCO (BÒTUJÈ FUNFUN)


QUENTE.
Nomes Populares: Pinhão, Pinhão-de-purga, Pinhão-de-=barbados
Nomes Científicos: Jatropha curcas L., Euphorbiaceae; Curcas indica A. Rich.; Curcas purgans Manhem
Orixás: Ogum, Oxossi e Oiá.
Elementos: Fogo/feminino.
Nativa da América tropical, o pinhão-branco é encontrado com mais frequência nos Estados do Norte e Nordeste.
Conhecida também pelo nome nagô olójobè, essa planta tem as mesmas finalidades litúrgicas e terapêuticas do pinhão-roxo.
Provavelmente levado por escravos libertos do Brasil para a África, este vegetal é utilizado em rituais e conhecido naquele continente pelos nomes iorubas olóbòntujè, Iyálóde, làpálàpá lá, ewé ibò, lóbòtujè, bòtujè ubo (Verger 1995:685)


domingo, 6 de setembro de 2015

ERVA-PRATA (EWÉ DÍGÍ)


FRIA.
Nome Científico: Solanum argenteum Dun, & Poir., Solanaceae
Orixás: Oxalá, Oiá e Iemanjá.
Elementos: Ar/ masculino.

Árvore mediana, suas folhas, na face inferior, tem tonalidade branco-prateada e sedosa, daí o nome erva-prata.
Nas casas de candomblé, as folhas da erva-prata são utilizadas no àgbo, em banhos purificatórios e em sacudimentos. Colocada nos barracões, tem a finalidade de “afastar as influências maléficas dos eguns”.
Uma história contada pelo ”povo-de-santo” relata que “quando os eguns atacavam o palácio de Xangô, Oiá agitava os galhos dessa planta e fazia refletir em suas folhas várias imagens desse orixá. Os eguns, vendo tantos orixás iguais, fugiam apavorados, pensando que estavam sendo atacados por um batalhão, sem perceberem que eram apenas projeções de uma imagem sobre a superfície espelhada da erva-prata. Desse modo, Oiá afastava os eguns do reino de Obá Kosso”.


sábado, 5 de setembro de 2015

BONINA (ÈKELÈYÍ)


FRIA.
Nomes Populares: Maravilha, Jalapa, Batata-de-purga, Batata-de-jalapa, Pó-de-arroz.
Nomes Científicos: Mirabilis jalapa L., Nyctagninaceae; Mirabilis odorata L.; Admirabilis peruana Nieuwl.; Mirabilis dichotoma L.; Jalapa dichotoma (L.) Crantz.;Nyctago mirabilis  D.C.
Orixás: Orumilá, Ewá e Oiá.
Elementos: Ar/feminino.
Originária do México, a maravilha ocorre, nos dias atuais, em diversas áreas de clima tropicais nos vários continentes. No Brasil, principalmente do Nordeste ao Sul, é encontrada espontaneamente ou cultivada em jardins como planta ornamental e medicinal.
Nos candomblés jejê-nagôs brasileiros, a maravilha é atribuída a Oiá,e, em Cuba, é considerada uma planta própria de Obatalá, Yewá e também Oiá (Cabrera1992:486).
Esta planta, na África, é utilizada ritualisticamente como defesa contra feitiços e, segundo Verger (1995:697) conhecida pelos nomes iorubas tannáposó, òdòdó elédè, tannápakú, tannátanná, tannápowó e tanná pa osó.
Popularmente, emprega-se o pó das sementes juntamente com o sumo de limão para combater as sardas. O sumo das flores debela as dores de ouvido provenientes de mudança de temperatura. As raízes conhecidas popularmente como batata-de-jalapa são recomendadas nos casos de cólicas abdominais, diarreias, disenterias, hipropisias, leucorréias e sífilis.


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

LEVANTE-MIÚDA (ERÉ TUNTÚN)


FRIA.
Nome Científico: Mentha citrata L., Labiatae
Orixás: Oxum e Iemanjá.
Elementos: Água/feminino.
Planta aromática do gênero mentha, encontrada espontaneamente ou cultivada nos lugares úmidos em áreas tropicais.
De cheiro agradável, a levante miúda é usada nos rituais jêje-nagôs sempre em combinação com outras ervas, tanto em banhos purificatórios , quanto em “defumadores para atrair coisas boas”. Por ser uma folha utilizada para diversos orixás, “muitos pais-de-santo acham que ela pertence a Oxalá”; todavia, é com mais frequência atribuída a Oxum, o que a torna “uma planta de uso não aconselhado para as pessoas de Obá”, pois na África, estas Iabás são representadas por dois rios que, quando se encontram,as águas ficam tempestuosas, fenômeno ligado ao mito em que Oxum e Obá guerrearam pelo amor de Xangô. O eré tuntún é indicado, ainda,
Para compor o amassi empregado na preparação dos búzios usados para fazer previsões.


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

CATINGA-DE-MULATA (MAKASA)


FRIA.
Nomes Populares: Catinga-de-crioula, Macassa.
Nome Científico: Hyptis mollissima Benth, Lamiaceae
Orixás: Oxalá, Oxum e Iemanjá.
Elementos: Água/feminino.
Planta encontrada no Nordeste e Sudeste, medrando em lugares úmidos e sombreados.
Toda planta é aromática e exala um agradável perfume que lembra o jasmim. As folhas entram no àgbo dos filhos de Oxalá, Oxum e Iemanjá, e podem ser usadas em banhos purificatórios por qualquer pessoa. Servem para lavar o conjunto de búzios utilizados para fazer previsões. Segundo um informante, “misturadas ao manjericão, manjerona, levante-miúda e colônia, compõe um banho aromático com finalidade de atrair boa sorte”
Na medicina popular, em banho, é utilizada contra as febres infantis.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

BRILHANTINA (EWÉ MIMOLÉ)


FRIA.
Nomes Científicos: Pilea microphylla Miq., Urticaceae; Pilea microphilla Liebm.; Pilea muscosa Lindl.
Orixás: Oxalá e Oxum.
Elementos: Água/feminino.
Planta herbácea, nativa da América tropical, encontrada em todo território nacional, cultivada e espontânea.
Embora seja uma planta facilmente encontrada, seu uso é pouco freqüente nas casas-de-santo; porém, é utilizada na composição de “banhos de proteção juntamente com outras folhas dos orixás”, sendo comum a reafirmação de não usá-la isoladamente, provavelmente pelo fato de tratar-se de uma urticácea; todavia, os batuqueiros do Sul do país utilizam esta planta com frequência em banhos de purificação para os filhos de Oxum, e atribuem-lhe o nome popular de dinheiro-em-penca.


TRAPOERABA (GÒDÒGBÓDÒ)


QUENTE.
Nomes Populares: Olhos-de-santa-luzia, Marianinha (BA), Capim-gomoso, Maria-mole.
Nomes Científicos: Commelina difusa Burn. f., Commelinaceae; Commelina communis Benth.; Commelina aquática J.K. Morton; Commelina agraria Kunth; Commelina longicaulis Jacq.
Orixás: Nanã, Omolu e Exu.
Elementos: Terra/masculino.
Planta nativa na América do Sul, dispersa em várias regiões tropicais e subtropicais do globo, apontada como invasora na Ásia e África tropical.
Tanto no Brasil quanto no continente africano, a Commelina difusa é uma erva com utilidade litúrgica. Nos candomblés brasileiros, é usada em banhos para os orixás, quando colhidas em matas nas primeiras horas da manhã, e em trabalhos com Exu, quando colhida sob sol quente em beiras de ruas e em estradas.
Com a mesma finalidade, no Brasil, podemos citar a Commelina erecta L., (= Commelina elegans H,B.K. ou Commelina deficiens Hook.), que na África é conhecida pelos nomes ìlèkè òpòlò, itó ìpére, itópa ire, olójòngbòdú e olájàngbàlú (Verger 1995:654), e em Cuba tem as denominações lucumis ewe karodo, cotonembo, contolo e mini sendo dedicada a Oxalá e a Iemanjá (o branco), e a Xangô (o lilás), servindo para lavar os “assentos” dos orixás femininos, lavar os olhos e para banhos benéficos (Cabrera 1992:365). Ainda na África, os nomes gòdògbò, odò, àtòjò àtèrùn, omoníròganrògan são atribuídos à Commelina difusa (Verger 1995:654).
Essa planta tem diversas utilidades na fitoterapia, e uma delas é a de combater afecções das vias urinarias. O cozimento das folhas é usado contra reumatismo, e o líquido que é extraído do fruto é utilizado, no interior, no combate às inflamações oculares. Suas folhas esmagadas são aplicadas sobre as tumefações produzidas por picadas de inseto.